CAMUFLAGEM PARA DESCANSOS
Esse trabalho surge da observação e vivência de corpos gordos que, devido à barriga protuberante, no ato de deitar horizontalmente, se acobertam em forma de grandes pedras, montanhas, vulcões e ondas do mar. Compreendo a camuflagem como um método performativo de desaparição/aparição que viabiliza a esse corpo que vive em um limbo entre a invisibilidade severa em consequência de uma visibilidade extrema — além do ódio (e o desejo de aniquilação) que não deve ser reduzido às questões relacionadas com estética e saúde, pois quando analisamos a gordura por uma lente crítica e colonial, desvelamos um contexto racista, complexo e, sobretudo, ambíguo — a capacidade de confundir e transtornar tudo aquilo que re/produz intensa exaustão a sua existência. Dessa forma, proponho por meio de desenhos, animações e textos uma coreografia que delineia paisagens e dimensões de descanso que tentam borrar a perspectiva antropocêntrica e o cotidiano violento em que estamos inseridas.
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